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Buscando um Espaço!


Buscando um Espaço!

Tentei um dia conseguir um espaço em feira de artesanato no Embu das Artes...


Apoiado pela minha mulher, inscrevi-me na Secretaria de Turismo, para uma vaga de expositor, coisa que de tempos em tempos é promovida para dar condições aos artesãos de mostrarem seu trabalho e conquistar o direito a obter seu sustento através da arte (http://www.embu.sp.gov.br/portaldeturismo/atracoes/1213/feira-de-arte-e-artesanato).

Para tanto, além da inscrição, os pretendentes são orientados a comparecer em data e local previamente agendados, para mostrarem a um juri, ao vivo e a cores, o artesanato que desenvolvem, em teste prático de prova de autoria, com duração de 4 horas.

Era 13 de maio de 2009 e foram muitos os artesãos que lá compareceram, representantes das mais diversas modalidades de artesanato!  Alguns não faziam um artesanato na acepção da palavra, e creio que foram desclassificados por isso.

Em minha modalidade, a marchetaria, compareceram poucos, creio que apenas tres  incluindo eu mesmo. Mas nenhum deles fazia caixas de jóias ou decorativas, minha especialidade, e sim quadros marchetados.

Observei, no pouco tempo livre de que dispus, já que fiquei concentrado em desenvolver meu trabalho para mostrar ao juri, que pouca atenção foi dada aos "forasteiros", ou seja, aos artesãos oriundos de outras localidades, que não os do Embu das  Artes. Faz sentido, já que, apoiado em lei, são destinadas aos moradores do Embu, 80% das vagas! 
Os artesãos moradores da região, já eram conhecidos por muitos dos jurados, e receberam mais atenção dos mesmos, e acredito que os escolhidos para as novas vagas de expositores, eram todos do Embu, não obstante a permissão legal para que até 20% dos expositores pudessem ser de outras localidades!


Isto me frustou bastante, pois estava muito esperançoso em conseguir a tal vaga, já que com meus sessenta anos, gostaria de curtir a velhice fazendo e vendendo meu artesanato. E nada melhor que fazê-lo no Embu das Artes, local que conheço e visito desde pequeno, e que nos últimos anos passei a frequentar com mais assiduidade, por conta de trabalho voluntariado desenvolvido junto a uma entidade beneficente lá estabelecida desde 1997.

Talvez meu trabalho não tenha sido aceito pelos organizadores, por ser algo mais sofisticado, como se isto descaracterizasse o trabalho artesanal! Digo isso, porque busquei ver o trabalho de alguns expositores, que expõem caixas de jóias e decorativas na feirinha, e nada vi comparado ao trabalho que desenvolvo, modéstia a parte...
É interessante, pois um dos critérios a ser observado, conforme descrito no portal da Prefeitura para a seleção do artesão, é que seu trabalho seja novidade, original e de qualidade!
Parece-me que para ser considerado artesanato, o trabalho tenha que ser rústico, grosseiro!
Mostrei aos jurados, que todo o meu trabalho é exclusivamente manual, em todas as fases que o caracterizam, não utilizando nenhuma ferramenta que não sejam os bisturis e estiletes, réguas, esquadros, lixas, colas e vernizes... Acho que não foi o bastante!

Quem sabe um dia ainda me disponha a disputar uma vaga novamente...

Se você, leitor, é um expositor, ou foi candidato a uma vaga na feirinha do Embu das Artes, e queira me ajudar a conhecer o "caminho das pedras" para ter sucesso nessa empreitada, escreva para mim. Desde já agradeço a colaboração.


2 comentários:

  1. Caro amigo Campos, meu nome é Francisco e como voce sou artesão, mas por hobbie em marchetaria. Assim como voce faço quadros marchetados que acabo presenteando-os a parentes e amigos devido ao não reconhecimento dessa arte maravilhosa aqui no Brasil, infelizmente. Eu procuro tambem quem sabe um dia sobreviver dessa arte que eu amo. É muito dificil um espaço não só em Embu, mas em todos os estados, exceto na cidade de Curitiba onde temos um grande artesão chamado Bruno Simoni , que ja é aposentado e sobrevive da marchetaria. Deixo aqui meu e-mail para quem sabe nos ajudar e m propagar essa arte linda. Vamos trocar e-mails por favor, creio que juntos podemos lutar por um espaço, e quero tambem conhecer seus trabalhos.
    Meu e-mail é fc_montanaro@hotmail.com.
    Um forte abraço
    Francisco Carlos Montanaro

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    Respostas
    1. Obrigado pelas palavras Montanaro!
      Realmente é difícil tentar sobreviver da arte no Brasil. Estivesse eu nos EUA, Canadá ou na Europa, e venderia cada caixinha de jóias por 400 ou 500 dólares. Aqui, se cobrar R$ 150,00, ainda acham caro. Não têm idéia do que é artesanato, e não sabem que uma caixinha dessas demora cerca de 1 semana pra ser concluída pois, só de verniz, recebe 10 a 14 demãos!
      Meu email deve estar no perfil e é: lccampos58@hotmail.com . Deixe-me conhecer seu trabalho também, e o do artesão citado, Bruno Simoni (se souber do site dele, informe). Obrigado e um grande abraço!
      Luiz Claudio

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